Powered By Blogger

quinta-feira, 15 de novembro de 2012


JAPÃO INCENTIVA VISTO DE TRABALHO PARA PESSOAL QUALIFICADO


 

Acaba de entrar em vigor no país o  “SISTEMA PREFERENCIAL de PONTUAÇÃO para PROFISSIONAIS ESTRANGEIROS ALTAMENTE QUALIFICADOS”, iniciativa do  MINISTÉRIO das RELAÇÕES EXTERIORES do JAPÃO que tem como objetivo estimular, por meio de facilidades migratórias, a vinda de especialistas estrangeiros nas áreas em que há déficit de mão-de- obra local.

São três áreas em que os interessados podem candidatar-se:  acadêmica ou de pesquisa;  especializada ou de tecnologia; e de gestão empresarial.  Os critérios de seleção incluem escolaridade, experiência profissional, renda e idade.

O beneficiários do programa terão as seguintes vantagens: ampla permissão de trabalho, mesmo em atividades distintas daquelas previstas no visto; prazo de permanência no país de 5 anos;  relaxamento dos requisitos para a obtenção da residência permanente; tratamento preferencial no processamento dos documentos migratórios;  permissão de trabalho para o cônjuge;  permissão em casos especiais, para trazer os pais para morar no Japão; e permissão em casos especiais para trazer empregado doméstico estrangeiro.

Mais informações estão disponíveis nos seguintes endereços eletrônicos do Departamento de Imigração do Japão:

 



 

 

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Os Filhos de DEKASSEGUIS

 

Assisti ao documentário “ANDORINHAS SOLITÁRIAS” num festival de cinema brasileiro que tinha como tema: TER NASCIDO COMO FILHO DE DEKASSEGUI. Recomendo a todos que assistam mais pela questão da possibilidade para divulgação das situações reais, principalmente em tomar conhecimento e entender um pouco deste movimento chamado DEKASSEGUI.  Na verdade, creio que o filme demonstra apenas uma pequena fatia dos fatos reais marcantes, das enormes dificuldades dramáticas em que envolveram as famílias e o destino destes jovens. Porém no meu ponto de vista, talvez um tanto subjetivo, os acontecimentos são bem mais chocantes, sacrificantes, porém, de certa forma compensável financeiramente, em que muitos saem prejudicados, tanto os filhos como os pais por essa opção em tentar como alternativa melhorar a situação de vida atual e futura, mesmo que para isso sacrifique a separação da família, dos amigos e o estilo de vida. O objetivo para muitos são quase a mesma. Tentar juntar o pé de meia e regressar ao país em poucos anos, mas que acabam ficando cinco, dez, quinze anos.

O mesmo talvez dos nossos antepassados imigrantes que sofreram muito mais que os dekasseguis atuais inversamente, sem poder ter alcançado o objetivo. A mesma crítica que tiveram dizendo ter abandonado o país naquela época quando o Japão passava dificuldades (pelo sonho de um dia retornar ao país financeiramente bem) e ajudar a família, o país, existe mesmo dentro da comunidade japonesa no Brasil condenando os dekasseguis desta atitude. Lembrando que anualmente são bilhões de dólares que são remetidos ao país (antes da crise) possibilitando a aquisição de imóveis e outros bens, pela bravura e esforços, resultado de muito suor e lágrimas. Entretanto, que culpa teria se uma vez aberta a possibilidade de resolver os problemas financeiros a curto prazo, fazendo uma longa viagem e aceitando o trabalho de peão, sujo, pesado e perigoso? Fora o problema de choque cultural, dificuldade na lingua e preconceito. É certo ou errado? E aquelas pessoas que deixaram mulher e filhos, pais, irmãos, após doze,quinze horas de trabalho, batendo aquela saudade da família, como também os que estão com a família mas chega a trabalhar tanto que muitas vezes nem sempre é possivel encontrar  o filho acordado (quando sai para o trabalho e quando chega encontra-o dormindo). Entretanto obviamente quem está bem economicamente no Brasil dificilmente tentaria este tipo de aventura, afinal o Brasil é o melhor país do mundo para se viver, desde clima, a comida, o calor humano, a liberdade, povo alegre, etc. (opinião particular), porém, em matéria de segurança e educação o Japão pode se dizer que ainda é o primeiro mundo. Evidentemente irão perguntar o porquê dessa atitude, mas, como cada caso é caso, e cada um sabe onde o seu calo dói, conclui-se que é um direito traçar a meta, encarar, desafiar.

            Aliás, voltando ao assunto em matéria de cinema até uma longa-metragem seria insuficiente se levarmos em conta por tudo que ocorre no cotidiano, principalmente pelo envolvimento dos jovens que se movimentam entre as duas pátrias, duas terras natais apesar de que onde ele for é considerado “gaijin”. Na realidade a situação dos filhos de dekasseguis é muito complexa e de difícil solução se analisarmos o rumo destes adolecentes. Qual será o futuro? E a definição dos estudantes que ficam no vaivém nas escolas, ora no Brasil, ora no Japão, numa ponte aérea sem entender as  línguas corretamente. E os jovens que contra sua  vontade é obrigado a retornar ao Brasil com os pais, mas que , passou  a  vida toda no Japão sendo quase um nativo, enfim  qual é a consequência ? Certamente é muito doloroso.

A maioria dos japoneses com que conversei, disse que jamais tivera a mínima noção do que acontecia, como também não teve a curiosidade em saber, apenas criticava as atitudes e envolvimento dos brasileiros. Que culpa teria estas crianças que crescem carente de carinho, afeto, com tanta gente estressado, broncas, separação de casais, má alimentação, etc.  Os pais ficam tão obcecados no trabalho, que quando necessitam ausentar-se no serviço por motivo de  filhos doentes ,  pois dependendo da época estão sujeitos a dispensa (kubi).  Nota-se  sofrimento das crianças em querer acompanhar os estudos no mesmo ritmo dos colegas japoneses mas sem condições e muitas vezes discriminados. Existe também o drama do Bullying (Ijime) tão comentado ultimamente. Bullying como todos sabem é uma situação  caracterizado por agressões verbais ou físicos por um ou mais alunos contra os colegas. Por ano são reportados mais de 70 mil ao Ministério da Educação do Japão e centenas de suicídios de estudantes.

Apesar de Ijime ser coisa típica do Japão está em toda parte do mundo. Na Inglaterra, por exemplo, numa pesquisa da BBC revelou que 70% dos estudantes sofrem Bullying, enquanto outros 3,5 milhões de pessoas dizem serem vítimas do mal no ambiente de trabalho. O que diferencia o Japão dos países ocidentais é o temperamento das pessoas. Sofrer Ijime é sinônimo de vergonha até mesmo de contar a família, e no desespero de implorar uma ajuda  muitos recorrem ao ato derradeiro que é de acabar com a própria vida. De qualquer forma, se o seu filho apresentar dificuldades e houver suspeita ou preocupação quanto ao seu estado não demore em buscar ajuda de um psicólogo para a obtenção de um diagnóstico mais preciso e adequado ao seu caso. Atualmente, várias ONGs e o Ministério da Educação oferecem consultas sobre Ijime, tendo até campanhas para eliminar ou mesmo reduzir casos e as próprias escolas tem abertura para tratar destes problemas. Também poderá, caso não tiver apoio procurar nos centros internacionais informações sobre como proceder.